A ministra da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres, Iriny Lopes, anda às voltas com três episódios que se entrelaçam na polêmica busca da defesa da imagem da mulher perante a sociedade. São eles a propaganda de lingerie em que Gisele Bündchen encarna uma conselheira sedutora, a declaração ao vivo do comediante Rafinha Bastos no programa CQC que dizia que “comeria a mãe e filho” (ela está grávida e o verbo comer está em sentido pejorativo) e dois programas da Rede Globo em que as incitações de estupro num quadro de Zorra Total e a violência do marido contra a esposa na novela Fina Estampa.
Nos três casos, a ministra levantou questionamentos sobre como o corpo da mulher é utilizado pelos meios de comunicação como forma de humilhá-la, transformando seu corpo em mero objeto. O tema suscita debate sobre os meios de comunicação de massa, importantes instrumentos de formação da sociedade. E propõe a imediata suspensão destas veiculações. Contudo, os entraves para que se faça uma justiça sadia em relação à visão sexista que vem sendo dada à mulher, além do perfil de subserviência, são gigantescos. Uma grande maioria se contrapõe às suas conclusões, taxando-a de moralista e conservadora. A declaração de Iriny evidencia a construção de uma nova postura em relação ao papel das mulheres. E ao usar os meios institucionais para defender suas posições, longe de querer censurar ou interferir, a ministra mostra que os meios de comunicação têm uma contribuição a dar à democracia e à construção de uma sociedade mais avançada. No entanto, mais uma vez no país em que os panos quentes são mais eficazes, a exibição dos quadros podem continuar – com exceção de Rafinha, que já teve sua reprimenda – por tempo indeterminado. Vale lembrar que o tempo corre e que a Justica parece andar em câmera lenta em relação à proposição de Iriny. E enquanto isso, a TV, com seu poder de veiculação, suavizará toda e qualquer tentativa de se frear a superexposição e degeneração dos reais valores da mulher. Até quando?!





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