terça-feira, 8 de novembro de 2011

A inimaginável crise do Euro

Os ingleses criaram o termo pejorativo de PIGS para designar Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha (Sapain, em inglês). Usando dessa sigla os ingleses ilustram bem como anda a economia desses quatro países, já que sabemos que em inglês pig significa porco.
Como desgraça pouca é bobagem, a Europa enfrenta uma epidemia de E. coli, que já fez dezoito vítimas fatais e um prejuízo financeiro aos agricultores de 200 milhões de euros por semana. A Alemanha aproveitando a má fase dos países citados, resolveu jogar a culpa no "S", dizendo que os pepinos espanhóis estavam contaminados, mas a acusação não resistiu aos testes científicos e ficou provado que a contaminação eram de produtos da própria Alemanha.
Nesse caso os países com melhor situação econômica terão de ajudar esses quatros que estão por baixo, porque afinal de contas com a economia ruim põe-se em risco a estabilidade da União Européia, que já não é lá muito estável, depois da crise financeira que o mundo atravessou em 2008.
O Velho Continente terá que deixar de lado preconceitos, xenofobia em nome da salvação do sistema financeiro europeu e da moeda única, tendo a Alemanha tábua de salvação.
A visível apreensão sobre os rumos da economia europeia ainda é avassaladora, visto que Portugal e Espanha fecharam nos últimos meses com um déficit preocupante. A pressão sobre os títulos de dívida portugueses voltou a provocar um aumento dos juros, obrigando Portugal a pedir a ajuda do fundo de estabilidade do euro. A Irlanda, cuja credibilidade em banco prestes a falir foi ilimitada, ainda perdura num quadro de incertezas e pedidos de concessão ao fundo de emergência recorrente.

Para uma grande maioria, a criação do EFSF (a sigla em inglês que dá o nome ao fundo de assistência aos países em estado crítico) não resolveu nenhum problema de fundo, apenas permitindo ganho de tempo aos europeus. Enquanto Alemanha e França lutam para limitar a extensão do prejuízo, a Grécia pede a renúncia de seu primeiro-ministro George Papandreaou.



 A manisfestação desesperada de investidores gregos - que clamavam por uma nova forma de administração do país e seus recursos - já especulam se o próximo país a entrar na crise irrremediável é a Itália, que já deu índices suficientes gerados primeiramente pelos escândalos pessoais de seus dirigentes. Com efeito: Papandreau renunciou no último sábado, dia 5, após pressão irremediável de seus conterrâneos e dos países participantes do G20. Com a Grécia quebrada e uma grande dívida a ser repensada e negociada, até mesmo Dilma cogitou injetar uma soma substancial como ajuda a este gigante caído por terra. Já a Itália, na sequência da queda grega, vem pressionando há dias Berlusconi, ícone maior de abusos de ordem pessoal e autoconfiança ilimitada, declarou há apenas algumas horas sua renúncia tão aguardada pelas potências que clamavam por uma definição no cenário político-econômico. A população italiana, que jamais, desde os tempos da queda do império romano e mesmo após a 2ª Guerra, não sofria tamanho enfraquecimento e incerteza nos passos de seus dirigentes enquanto nação. Declarou ao mundo:
 "Depois da aprovação da Lei de Estabilidade, apresentarei minha demissão, de modo que o chefe de Estado possa abrir as consultas e decidir sobre o futuro", disse, acrescentando que essa decisão "não me diz respeito".
"Eu vejo só a possibilidade de novas eleições. O Parlamento está paralisado", acrescentou.
A pressão política pela saída de Berlusconi aumentou com a votação da revisão das contas fiscais de 2010. O projeto passou, mas sem maioria parlamentar. Isso porque a oposição do país, em vez de votar contra, não votou para não atrapalhar a já combalida situação econômica do país.
Do total de 630 parlamentares, 308 votaram a favor do projeto fiscal, um se absteve e 321 não votaram. Assim, o projeto foi aprovado mas o premiê ficou sem a maioria de 316.
A votação desta terça-feira era considerada um voto de confiança informal no atual governo. Sem a maioria, já era previsto que o primeiro-ministro sairia.
O anúncio chega após uma reunião do premiê com o presidente italiano, Giorgio Napolitano, no palácio do Quirinale, sede da Presidência da Itália, junto a lideranças do partido direitista Liga Norte, da base do governo.
Segundo o comunicado da Presidência, Berlusconi teria dito que tem consciência das implicações da votação de hoje e expressou preocupação com a necessidade de dar respostas aos parceiros europeus.
Logo após a votação, o ministro da Defesa, Ignazio La Russa, afirmou que, independente do resultado, os números teriam que ser levados para o chefe de Estado do país.
ALIADOS RETIRAM APOIO
Além das crescentes pressões das lideranças da zona do euro e da oposição, nesta terça-feira o premiê recebeu um pedido de renúncia de sua própria base governista.

"Pedimos que ele se afastasse", afirmou o chefe da Liga Norte, Humberto Bossi.
Bossi também afirmou que seu partido irá apoiar Angelino Alfano, considerado "herdeiro político" de Berlusconi, para a chefia de um novo governo.
Alfano, ex-ministro da Justiça do governo de Silvio Berlusconi, é atualmente secretário-geral do PDL (Povo da Liberdade - partido de Berlusconi), e seu nome poderia receber um apoio relativamente grande para liderar um governo de transição.
"A SITUAÇÃO É DEVERAS PREOCUPANTE"
Mais cedo, o comissário europeu de Assuntos Econômicos, Olli Rehn, disse após o fim de uma reunião de ministros de Finanças da União Europeia que a situação na Itália é "muito preocupante".
"A Itália tem registrado vários movimentos e não sabemos quais serão seus desfechos", disse ainda Rehn. Segundo ele, a Europa está "acompanhando a situação atentamente".
Também nesta terça-feira, autoridades da Finlândia e da Áustria alertaram que a Itália é um país excessivamente grande para ser resgatado em um pacote de ajuda, a exemplo do que está sendo feito com a Grécia.
O primeiro-ministro da Finlândia, Jyrki Katainen, disse que a Itália é um país grande demais para ser resgatado por um programa de ajuda. "É difícil ver que nós na Europa teríamos os recursos para colocar um país do tamanho da Itália em um programa de resgate", afirmou em discurso no Parlamento.

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